O dono da Mercedes-Benz Cla 45 AMG automática, de cor branca, Willian Weslei Lelis Vieira se apresentou na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) nesta terça-feira (18/06/2019). Segundo testemunhas, na noite de sábado (15/06/2019), o veículo arrastou a vendedora de balões Marina Izidoro de Morais, 63 anos, por cerca de 100 metros. Depois, o motorista fugiu.
O Metrópoles apurou que o dono do automóvel é um empresário, que estava ao volante no momento que a trabalhadora foi arrastada. Por volta das 12h30, Willian, que entrou pela porta dos fundos da DP, ainda prestava depoimento. O advogado, que não quis se identificar, chegou acompanhado de uma mulher e disse que falaria com a imprensa depois das oitivas.
Dona Marina foi atropelada após se negar a dar desconto no preço dos balões. O caso gerou grande repercussão no Brasil. Inconformados com o episódio, vários leitores do Metrópoles buscaram informações sobre como ajudar a diarista. Até mesmo uma vaquinha virtual foi criada para auxiliar a moradora de Taguatinga. Na manhã desta terça-feira (18/06/2019), as doações ultrapassavam R$ 25 mil.
“Estou surpresa e muito contente com toda a solidariedade que venho recebendo desde sábado. Muitos me procuraram e assim percebo que ainda é possível acreditar na bondade e compaixão das pessoas”, ressaltou Dona Marina, nesta terça.
O delegado Paulo Almeida disse que a PCDF está colhendo versões de testemunhas e da própria vítima, que deve comparecer à DP nesta quarta-feira (19/06/2019). “Tem várias pontas soltas que precisamos amarrar para saber o que ocorreu, como e por qual motivo, até mesmo para que possamos qualificar o crime”. Entre as possibilidades, estão lesão corporal, furto e tentativa de homicídio: “Alguns fatores são considerados agravantes para o caso, como o fato de o autor ter fugido do local sem prestar socorro, o pequeno valor dos objetos, a própria idade da vítima e, também, por ela ter sido arrastada”.
Ainda se recuperando do susto, Dona Marina descreveu o pânico vivido durante o episódio.
“O que eu senti foi desespero. Foi uma cena horrível. Eu não desejo que nenhuma pessoa passe por isso, nunca. Desde ontem (domingo), quando acordei, toda hora que eu lembro, começo a chorar”, contou.
Ela disse que trabalha há quatro anos vendendo balões e nunca imaginou que passaria por situação semelhante. Marina é diarista, passa roupas em casa de famílias e, aos fins de semana, vende balões para aumentar a renda.
“Estou muito abalada e não conseguirei trabalhar esta semana. Fica o trauma e não sei se ainda quero continuar vendendo balões. Desmarquei todos os meus compromissos. Naquele momento, vi a morte. Não fiquei desacordada. Lembro exatamente de como tudo aconteceu”, destacou.
A vendedora pede justiça.
“Não consigo perdoar o que fizeram comigo. Espero que eles sejam localizados rapidamente. O que esse casal fez comigo foi uma tentativa de homicídio. Uma cena de terror”, pontuou.
Trauma
O caso ocorreu na noite de sábado (15/06/2019), na Área Especial 1, em frente ao colégio Marista, Taguatinga Sul. A mulher disse que está traumatizada e acredita ter nascido de novo. “Não está doendo nada, só ardendo. Eles me arrastaram e a minha minha cabeça ficou presa entre as rodas do carro. Pensei que fosse morrer”, frisou, enquanto recebia atendimento do Corpo de Bombeiros.
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