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Forças Armadas devem lealdade aos brasileiros não a Bolsonaro, diz general

Ministro-chefe do GSI destaca em entrevista que não há risco de politização do Exército, da Marinha e da Aeronáutica no futuro governo 

Exame

Brasília – O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva do Exército Sérgio Etchegoyen, afirmou que as Forças Armadas do país devem lealdade à população brasileira, e não ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), e fez questão de destacar que não há risco de politização doExército, da Marinha e da Aeronáutica no futuro governo.
Sérgio Etchegoyen: ministro do GSI disse que "não foi inteligente" a lei que tipifica como terrorismo a invasão de propriedade feita por movimentos sociais (Antônio Cruz/Agência Brasil)
“Agora está eleito um governo de um político. O presidente eleito foi um dia um militar, há 30 anos, ele é político, ele tem sim como vice-presidente um militar que até ontem foi um general que chegou ao maior posto”, disse, referindo-se a Bolsonaro, capitão da reserva do Exército, e seu vice, Hamilton Mourão.

“Se nós temos as Forças Armadas que nunca participaram, nunca foram sustento de governo de nenhum regime democrático, não teria que ser agora. Não vejo”, disse Etchegoyen, em entrevista exclusiva à Reuters na terça-feira, no gabinete dele no Palácio do Planalto.

Para ele, as Forças Armadas devem lealdade aos brasileiros e há um “equívoco” na percepção do papel da instituição, “principalmente pela imprensa”. Ele disse que desde 1979 — desde a revogação dos últimos atos institucionais de “exceção” — o Brasil está “absolutamente livre” para o exercício de todas as tendências do espectro político.

“As Forças Armadas nunca foram atores políticos nesses 39 anos, nunca foram fonte de instabilidade”, disse ele, ao destacar que nesse período foram até eleitos governos de esquerda com os quais as forças tiveram “muito boas relações”.

O ministro do GSI disse que a então candidatura de Bolsonaro já tinha sido lançada há “bastante tempo” e que as Forças Armadas não participaram dela. “Não houve proselitismo, houve generais da reserva, reformados, outros militares reformados que têm todo o direito de fazerem a sua escolha e escolha feita foi de 57 milhões de brasileiros, a escolha não foi de militares”, afirmou.

“O presidente eleito é um presidente eleito por vontade de 57 milhões de brasileiros. É a esses 57 milhões de brasileiros que as Forças Armadas -57 milhões não– é a todos os brasileiros que as Forças Armadas devem a lealdade do seu papel, não ao presidente eleito”, disse.

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