O agente funerário Clorismar Lima Carvalho, de 51 anos, morreu na madrugada desta quarta-feira (13) vítima da Covid-19 em São Luís. Ele atuava há mais de 30 anos na área e a principal suspeita, é que ele tenha contraído o novo coronavírus enquanto trabalhava. As informações são do G1 MA
Clorismar Lima Carvalho, de 51 anos, era agente funerário e morreu com Covid-19 em São Luís (MA) — Foto: Arquivo pessoal |
O maranhense trabalhava em uma funerária no bairro Areinha, na capital, como tanatopraxista, que é o profissional responsável pela preparação de um corpo para o velório. Ao G1, Arleny Penha, amiga da vítima, contou que Clorismar começou a perceber os sintomas da doença há 25 dias e foi afastado das funções.
Clorismar teve uma piora no estado de saúde e em seguida, foi internado no Hospital Guarás, que pertence a rede privada de saúde em São Luís. Há dez dias, ele foi transferido para um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu as complicações causadas pela pela Covid-19 e morreu nesta quarta. Ele era casado e deixou quatro filhos.
"Foi tudo muito triste. Ele trabalhava há mais de 30 anos como agente funerário, era uma pessoa maravilhosa e passou a vida enterrando pessoas, preparando cadáveres e hoje, o filho dele não conseguiu nem velar o próprio pai", disse Arleny Penha.
Sob aplausos e muita emoção, amigos e colegas de trabalho de Clorismar Lima prestaram sua última homenagem à vítima antes do enterro, que foi realizado na manhã desta quarta-feira (13) (veja o vídeo acima).
Para evitar novas contaminações por Covid-19, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) implementou um protocolo de sepultamento para casos suspeitos e confirmados pela doença. As vítimas serão sepultadas em uma rápida cerimônia com o caixão fechado e com a presença de no máximo, dez familiares.
Funerárias denunciam falta de EPIs
Ao G1, empresas do ramo funerário já haviam apontado um colapso em São Luís por conta do crescimento de mortes por Covid-19. Os empresários criticam também a falta de apoio do governo para o uso de equipamentos de proteção e citam até casos de troca de corpos dentro dos hospitais.
As funerárias alegam que suas equipes não possuem apoio para conseguir os equipamentos de proteção individual (EPIs) e se proteger da Covid-19, mesmo sendo profissionais que lidam próximo a pessoas que morreram com a doença.
Em nota, o Governo do Maranhão, na gestão Flávio Dino, afirmou que as empresas funerárias são de natureza privada e que não cabe ao governo o investimento para compra de EPIs para eles. Sobre a troca de corpos, o governo confirmou um caso e disse que o episódio foi solucionado.
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