Em um momento crítico da pandemia e ainda sem vacinação, o Brasil passou a marca de 200 mil mortes por Covid-19 nesta quinta-feira (7), segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa, a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, em um boletim extra. O total de óbitos registrados é de 200.011, com 7.921.803 casos confirmados.
Em 8 de agosto, 100 mil vidas haviam sido perdidas na pandemia. Mas em meados daquele mês, começou a ser observada uma tendência de queda nos números da tragédia. Cidades e estados flexibilizaram restrições à circulação, e muitos hospitais de campanha foram desmontados.
Em novembro, as mortes voltaram a aumentar e, desde o início deste ano, o Amazonas voltou a reviver momentos difíceis da pandemia, com hospitais e cemitérios lotados. Nos últimos dias, Manaus atingiu recorde de novas internações que superaram números vistos em abril e maio, quando houve colapsos no sistema público de saúde e funerário.
Nesta quarta (6), Manaus registrou 110 enterros nos cemitérios, número que se aproxima do recorde registrado em 26 de abril do ano passado, quando houve 140 sepultamentos.
Em Belém, também há temor de novo caos na saúde: quase 100% dos leitos de UTI já estão ocupados.
Na Grande São Paulo e no Rio de Janeiro, prefeituras fazem contratações emergenciais de leitos de UTI em hospitais particulares.
A pandemia devastou famílias como a do médico Aristides Camargo, 79 anos, e da ex-professora Maria Inês Santos Camargo, 67. O casal de Sorocaba (SP) morreu com três dias de diferença depois de sentir, às vésperas do Natal, os primeiros sintomas de Covid-19.
“A pandemia foi a época que eles viveram mais juntos, muito juntos, um para o outro. Ele sempre trabalhou muito, e ela chegou a comentar comigo que estava curtindo muito ficar com ele direto”, disse Ana Laura Camargo Marques, filha do casal.
Mais de 40 países já começaram a aplicar vacinas contra a Covid-19. O Reino Unido foi o primeiro país a usar a vacina da Pfizer/BioNTech, seguido de Estados Unidos, Canadá, Arábia Saudita, Israel e os 27 países da União Europeia. Os EUA também estão aplicando a vacina da Moderna. Outros países começaram a usar a Sputnik V e as vacinas da Sinovac e Sinopharm. Em todo o mundo, mais de 15 milhões de doses já foram aplicadas.
Entre os países com maior percentual da população vacinada estão Israel, com 15%, e Emirados Árabes Unidos, com quase 8%.
No Brasil, o Instituto Butantan pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para uso emergencial da CoronaVac, a vacina produzida em parceria com o laboratório Sinovac. Mesmo sem ter recebido o aval, o governo de São Paulo prometeu começar a imunização a partir de 25 de janeiro. A taxa de eficácia da vacina foi divulgada nesta quinta-feira (7): é de 78%, sendo 100% para casos moderados e graves.
O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta contrato para compra de 100 milhões de doses de vacina do Instituto Butantan. Toda a produção do instituto será incorporada ao Plano Nacional de Imunização, para distribuição em todo o país.
Apesar da pressão de prefeitos e governadores, o Ministério da Saúde ainda não apresentou cronograma para vacinação no Brasil.
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