Élcio Franco, secretário-executivo do Ministério da Saúde, disse a embaixador que vacinação é a principal estratégia para conter variante P.1 e pede que seja avaliada a possibilidade de entrega das doses ainda no primeiro semestre de 2021
O Ministério da Saúde enviou carta ao embaixador da China na segunda-feira (8) na qual cita o risco de a falta de doses interromper a vacinação contra a Covid-19 e, por isso, pede ajuda para "averiguar" se a farmacêutica Sinopharm tem a disponibilidade de 30 milhões de doses para fornecer ao Brasil.
Funcionário inspeciona doses no Instituto de Produtos Biológicos de Pequim, que desenvolve o imunizante com a Sinopharm — Foto: Zhang Yuwei/Xinhua via AP/Arquivo |
A vacina da Sinopharm, batizada de BBIBP-CorV, não está entre as doses negociadas ou em sondagem já anunciadas pelo Ministério da Saúde (veja cronograma e fornecedores abaixo).
Em dezembro a empresa anunciou que o imunizante tem 79,3% de eficácia. A vacina da Sinopharm é do tipo que é denominada "inativada", que utiliza o método clássico e recorre a um vírus "morto" para gerar uma reação imunológica.
Atualmente, o Brasil contra com outra vacina desenvolvida na China em sua campanha de vacinação contra a Covid-19: é a CoronaVac, da Sinovac, que foi trazida ao país após acordo do governo de São Paulo por meio do Instituto Butantan.
A carta com o pedido de ajuda na negociação com o potencial fornecedor foi assinada pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, e enviada ao embaixador Yang Wanming. Em cinco pontos, Élcio cita o impacto da variante P.1, defende a vacinação como principal estratégia e faz o pedido de ajuda para o fornecimento de doses.
"A campanha nacional de imunização, contudo, corre risco de ser interrompida por falta de doses, dada a escassez da oferta internacional. Por conta disso, o Ministério da Saúde vem buscando estabelecer contato com novos fornecedores, em especial a Sinopharm, cuja vacina é de comprovada eficácia contra a Covid-19" - Élcio Franco, secretário-executivo
Novo recorde de mortes
O país registrou 1.954 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas -- o maior número desde o começo da pandemia -- e totalizou nesta terça-feira (9) 268.568 óbitos. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 1.572, também um recorde. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de 39%, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.
É o que mostra novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 20h desta terça-feira.
O estado de Goiás não divulgou o número de mortes, apenas o de casos desta terça-feira.
Também já são 48 dias seguidos com a média móvel de mortes acima da marca de 1 mil, 12 dias acima de 1,1 mil, e pelo décimo dia a marca aparece acima de 1,2 mil. Foram 11 recordes seguidos de 27 de fevereiro até aqui.
Com informações do G1
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