O Ministério Público do Maranhão está investigando o assassinato de dezenas de cachorros por parte de funcionários da Prefeitura de Estreito, no sudoeste do estado. As informações são do G1 MA
Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil no Maranhão (OAB-MA), funcionários da prefeitura apreendiam os animais em um veículo tipo “carrocinha”, levavam para um terreno baldio e 'sacrificavam' os animais, mesmo quando não passavam por exames preliminares.
Em diversos vídeos (veja acima), gravados no fim do mês de março, a presidente da Comissão de Proteção aos Animais da OAB em Estreito, Erileia de Lima, mostra um lugar que servia como 'cemitério' clandestino, próximo a um lixão. O local aparece lotado de ossadas de cachorros e há uma 'vala' com corpos de animais que tinham sido mortos minutos antes.
"Estava indo para o trabalho e vi um cachorro indo para a carrocinha. Vi o local onde eram desovados animais. Eu filmei e perguntei pelos exames. Eles disseram que não tinham e não fazem os exames. Eu questionei, como não tem? Vão matar sem saber se está doente?", afirmou.
Em um momento dos vídeos, alguns funcionários falam que iriam matar os cachorros porque estavam doentes e a mando dos 'donos', porém nenhum dos animais resgatados tinha doença grave, conforme exames laboratoriais realizados posteriormente. Além disso, vários dos cachorros mortos eram de rua, segundo Erileia.
"Pedi para soltar os animais. Não consegui, voltei com água e comida. No terceiro dia, consegui pegar o pretinho. Ele está internado. Fez os exames e deu negativo. Porém, pegou uma pneumonia porque, em um dos dias que ficou lá a noite, choveu muito forte e agora está internado para tratar. Um outro voltou para o local que estava antes, na rua. Está agora internado em Imperatriz, com a doença do carrapato, que é tratável"
Erileia registrou a ocorrência na Polícia Civil. Além disso, o Ministério Público recebeu a denúncia e começou as investigações. O G1 entrou em contato com a Prefeitura de Estreito sobre o caso, mas não houve retorno.
Em uma nota divulgada no dia 31 de março, a Prefeitura de Estreito afirmou que 'não compactua com as práticas contidas nos vídeos', e que foram exonerados dos cargos comissionados o diretor e o coordenador do Centro de Controle de Endemias do Município. A prefeitura diz ainda que foram instaurados processos administrativos sobre o caso envolvendo os servidores públicos.
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