Com a realização de visitas técnicas e audiências públicas promovidas pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, no Rio Grande do Norte e Alagoas, o colegiado concluiu a série de eventos idealizados e coordenados pelo deputado Hildo Rocha.
A iniciativa teve como finalidade proporcionar aos integrantes da CFFC conhecerem in loco algumas das agências fechadas recentemente pela diretoria do Banco do Brasil e debater com a sociedade e autoridades locais os efeitos danosos gerados pela desativação de mais de 300 agências do Banco do Brasil, maior instituição financeira pública do País.
Impactos em toda a cadeia econômica dos municípios afetados
O deputado Hildo Rocha considera que os efeitos danosos decorrentes do fechamento das agências impacta diretamente toda a cadeia econômica das cidades afeadas, especialmente dos municípios de pequeno porte.
“O resultado é a piora dos serviços, a insatisfação dos usuários e os prejuízos econômicos porque toda a rede de comércio e serviços é impactada direta e indiretamente. Diante dessa realidade, não podemos cruzar os braços, temos que fazer algo a fim de sensibilizar a diretoria do Banco do Brasil, instituição secular que tem uma função social. Assim sendo, é incompreensível que milhares de usuários sejam prejudicados por uma decisão que causa impactos em toda a cadeia econômica dos municípios afetados. Por isso, tive a iniciativa de propor as vistorias técnicas e estimular os debates acerca dessa questão”, argumentou Hildo Rocha.
Rio Grande do Norte
A penúltima visita técnica foi realizada na agência do Banco do Brasil da Cohabinal, no município de Parnamirim, situado a 10 Km de Natal (RN), na sexta-feira (28). Em seguida foi realizada audiência pública na sede da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte em Natal que tratou sobre o fechamento de agências do Banco do Brasil no estado.
O evento contou com a presença dos deputados federais Hildo Rocha (MDB/MA) autor da proposição, e Walter Alves (MDB/RN). Também participaram do encontro: a superintendente do Banco do Brasil no Rio Grande do Norte, Priscila Requejo; o prefeito de Lagoa Nova e vice-presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte, Luciano Santos, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Parnamirim, Elisiel Ubirajara Marques e Alexandre Cândido, diretor do Sindicato dos Bancários.
Função social relevante
O deputado Walter Alves manifestou preocupação com os impactos negativos provocados pela atitude do Banco do Brasil e fez um apelo para que a instituição reconsidere a política de fechamento de agências.
“A gente se preocupa porque no momento de pandemia, em que mais necessitamos de iniciativas que estimulem o crescimento da economia e facilitem a vida das pessoas, o Banco do Brasil decide diminuir a quantidade de agências. Então, peço à representante da instituição que leve ao Conselho de Administração o nosso apelo, para que a instituição possa, não apenas rever o fechamento da Agência de Parnamirim, mas também ampliar e melhorar os atendimentos presenciais para facilitar a vida das pessoas afinal o Banco do Brasil também tem uma função social relevante. Parnamirim tem crescido bastante, mas precisa e merece crescer mais ainda e o Banco do Brasil pode ajudar muito”, comentou o parlamentar.
Serviços precários
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Parnamirim, Elisiel Ubirajara Marques, ressaltou que Parnamirim é o município que mais cresce no nordeste brasileiro e que tem contribuído muito com os grandes lucros do Banco do Brasil. “Parnamirim é o município que mais cresce na Região Nordeste. Então, nós precisamos é de mais agências bancárias que prestem serviços eficientes”, destacou o empresário.
Alagoas
O ciclo de visitas e debates foi concluído nesta segunda-feira (28), nos municípios de Maribondo e Dois Riachos. Alagoas, foi o terceiro Estado a receber os integrantes da CFFC. Além do deputado Hildo Rocha participaram das duas visitas técnicas os deputados federais Isnaldo Bulhões e Tereza Nelma e o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos, prefeito Hugo Vanderlei, entre outras autoridades.
Após as visitas técnicas nas agências do Banco do Brasil de Maribondo e dois Riachos, que foram fechadas, os deputados se reuniram com prefeitos, autoridades locais, representantes do comércio, do presidente do sindicato dos bancários, Márcio dos Anjos e superintendente do Banco do Brasil, Rafael Alessi, a fim de debater os impactos do fechamento das agências para a economia dos municípios e região.
O deputado federal Isnaldo Bulhões, atual Líder do MDB, na Câmara dos Deputados, considera que o fechamento de agências e postos de atendimentos do Banco do Brasil em alguns municípios Alagoanos é uma política equivocada.
Deputado Isnaldo Bulhões, Prefeito de Dois Riachos, Ramon Camilo e dep Hildo Rocha
“O fechamento das agências e postos de atendimentos do Banco do Brasil nos municípios de Alagoas não deveria ter ocorrido. Essa é uma política equivocada da diretoria do Banco do Brasil. Aqui em Dois Riachos, por exemplo, está localizada a maior feira de comercialização de gado do nordeste que movimenta milhões de reais, dinheiro que passava por essa agência do Banco do Brasil, não tem porque essa agência ser deficitária, além de que as folhas de pagamentos de pessoal da prefeitura são feitas no Banco do Brasil”, ressaltou Isnaldo.
A deputada Tereza Nelma, Coordenadora da Bancada Federal de Alagoas, também criticou o fechamento de agências. “O Banco do Brasil tem uma função social e que o fechamento pode impactar diretamente na economia local, na agricultura familiar e nos pequenos negócios. Por isso, em nome da bancada de Alagoas, posso afirmar que todos os nove deputados e os três senadores do Estado são contra essa atitude do Banco do Brasil”, afiançou a deputada.
O Superintendente do Banco do Brasil, Rafael Alessi, apresentou os argumentos da instituição ressaltando que os Pontos de Atendimento substituirão as agências e que o usuário não pode ser subestimado quanto ao uso das novas tecnologias.
Rafael Alessi, Superintendente do Banco do Brasil em Alagoas
“A tecnologia avançou e o Banco utiliza isso para chegar mais próximo do seu cliente. A população vai continuar tendo acesso a todos os serviços, podendo se deslocar para outro município que tenha agência física só em último caso. Estamos adotando o modelo transacional versus relacional. A reorganização compreende, além das medidas de otimização de estrutura, outros movimentos de revisão e redimensionamento nas diretorias e áreas de apoio”, argumentou.
Momento inadequado
O presidente da Associação dos Municípios de Alagoas (AMA), Hugo Wanderley, expressou o sentimento predominante entre os participantes do evento.
“O Banco do Brasil fechou as agencias sem nem sequer discutir com os representantes dos municípios e com a população. Então nós queremos entender o que é que está acontecendo e no período de pandemia não é o momento adequado pra se fechar agencias aumentando aglomeração e dificultando a economia desses municípios”, lamentou o líder municipalista.
Relatório
O próximo passo será a elaboração de um relatório que será debatido e votado pela CFFC. Em seguida, a comissão fará os devidos encaminhamentos.
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